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sexta-feira, abril 21, 2006
Mary


A minha primeira incursão no Indie Lisboa deste ano foi bastante satisfatória.

Para mim, a confirmação de que um filme é bom dá-se quando este nos deixa a pensar. Mary, mais do que isso, dá-nos tema de conversa para uma quantidade de horas. É um filme que tem mesmo esse objectivo, mostrar uma pequena parte de uma história, ou de várias, que incentivam a uma pós-pesquisa para as compreendermos melhor e para formarmos as nossas próprias conclusões à cerca do filme e do tema.

Tema esse que é a religião e a Mary a que o título se refere é a Maria Madalena. Juliette Binoche empresta o corpo à personagem Marie, uma actriz de sucesso que, depois de representar Maria Madalena no cinema, tem uma espécie de epifania e decide dedicar a sua vida à procura da sua paz interior e de uma maior proximidade com Deus.

Falar sobre Mary não é uma tarefa simples, é um filme difícil, que nos confronta com situações extremas e nos questiona sobre qual a nossa posição. Tal como os envangelhos de que fala, o filme é passível de ser interpretado das mais variadas formas e está sujeito a ter críticas fantásticas, como a ser cruxificado.

No fundo, Mary é um olhar cínico sobre a busca de Deus nos momentos em que mais nos convém, o egocentrismo contemporâneo que se põe no lado oposto da ideologia cristã, de amor ao próximo. Diz-se que Deus perdoa tudo, mas merecemos nós ser perdoados?

Eu sou agnóstico, ou seja, acho que, por mais que se discuta a questão da existência ou não de Deus, nunca chegaremos a nenhuma conclusão. Não me oponho à existência de Deus, mas à inexistência de provas que me levem a acreditar. Há quem lhe chame falta de fé. Talvez, mas quanto a isso não há grande coisa a fzer. Isto para dizer que, mesmo para quem não acredita, Mary pode ser um filme interessante, que exercita o intelecto, sem nos querer vender nada ou impingir um ideial. O que não quer dizer que não defendam um ponto de vista. A diferença é de que não querem necessariamente fazer do seu ponto de vista o nosso.

A minha classificação é de 7,5/10

Etiquetas:

posted by not_alone @ 13:37  
4 Comments:
  • At 21/4/06 15:11, Blogger P.R said…

    Como bem sabes, temos opiniões bem diferentes em relação a este filme, opiniões essas que tem o seu pico de divergência na frase "A diferença é de que não querem necessariamente fazer do seu ponto de vista o nosso." De facto, não posso de forma alguma concordar com esta frase tendo em conta os conceitos previamnete estabelecido do filme, o percurso da personagem principal e, principalmente, a caracterização de Tony, que nos revela que ABel Ferrara mais não fez que nos impingir a sua visão religiosa, nem que para isso tenha de manipular os telespectadores de forma a levá-los a retirar as conclusões que a ele mais lhe convém. Esta situação é ainda mais escandalosa quando o realizador tenta camuflar essa mesma manipulação com a aparente e fingida abertura a novas ideias através da introdução no filme de diversos teóricos do género.

    Concluindo, não gosto de filmes manipuladores e como tal é me impossível gostar de Mary. Mas fico à espera da tua resposta. ;)

     
  • At 21/4/06 17:11, Blogger not_alone said…

    O facto de se defender uma ideia não te obriga a concordar com ela. O ponto de vista do realizador está lá mas não me senti, em nenhuma parte do filme, obrigado a seguir aquela linha de raciocinio, achei que havia sempre margem para cada um dar a sua interpretação pessoal do que se ía desenrolando com o personagem. Há claramente alturas em que o realizador quer passar uma só ideia, mas o conceito do filme obriga-nos a não ser tão simplistas e a ver tudo de uma perspectiva mais abrangente. O que se passou comigo foi: aquilo passou-se assim, mas será que devia ter sido assim? será que é assim tão tachativo? Será que ele está arrependido ou é apenas o peso da consciencia? Será aquilo certo ou errado? Se preferires, está o copo meio cheio ou meio vazio? ;) É tudo uma questão de perspectiva, lol :P

    Pelo menos tens de dar a mão à palmatória, foi um dos poucos filmes que te fez querer discordar do que disse e comentares. O que significa que não te foi indiferente. É disso que eu gosto, de filmes que não nos passem ao lado, que nos façam sentir bem ou mal, mas que de qualquer das formas, tenham algum efeito em nós.

    Abraço [ ]

     
  • At 21/4/06 18:14, Blogger P.R said…

    É óbvio que não me passou indiferente. Aliás filmes muito bons, ou filmes muitos maus, como é o caso, nunca sáo indiferentes ;) E que prespectiva mais abrangente? O filme dá te determinados inputs, e tu podes ou não concordar com ele. Agora o que realmente acho estranho e duvidoso é que o realizador nos queira formatar de tal forma que não nos dá nenhuma margem de manobra. O senhor arrependeu-se falou com nosso senhor e tudo correu bem!! Poupem-me! Não é nada uma questáo de prespectiva mas sim de imposição por parte do realizador.

     
  • At 21/4/06 20:06, Anonymous Anónimo said…

    realise o sonho

     
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